Pés sujos de lama, cabeça lotada de sonhos

Com uma urna eletrônica embaixo do braço, José Seixas de Oliveira, do TRE-AP, treinou mesários de Tartarugalzinho para as Eleições de 2006

TRE-AP - Pés sujos de lama

O ano de 2006 foi marcado por importantes fatos no Brasil, como a promulgação da Lei Maria da Penha. Mesmo ano em que o primeiro brasileiro foi para o espaço. O país também chorou em 2006, com a queda de um avião no norte do Mato Grosso que deixou 154 mortos. Em todos esses momentos, a história do país acontecia. E quem também estava fazendo história era o analista judiciário do TRE do Amapá José Seixas de Oliveira.

Veja o depoimento de José Seixas.

Foi com uma urna eletrônica modelo 2004 a tiracolo que José percorreu todos os locais de votação, instalados em diversas comunidades do município de Tartarugalzinho, sem muita dificuldade. 

A missão: treinar os mesários que atuariam nas eleições daquele ano. “Passei por Bonito, São Benedito, Floresta, Fazenda Modelo, Livramento, Nazaré, Conceição, Lago Duas Bocas, Tabaco, Tartarugal Grande, Mutum, Limão, Terra Firme, Ponta do Socorro, Lago Novo, Andiroba e Aporema”, lembra. 

Mas o maior desafio, segundo José, ainda estava por vir. 

“Tivemos que treinar os mesários que atuariam na Escola Estadual Luciana Rabelo Leite, em Santa Rosa do Araguari. Foi uma hora e meia por terra e mais duas horas rio adentro. Desembocamos no Araguari, e a potência do motor Johnson 90HP (usado na embarcação) sangrava as águas rumo a Santa Rosa”, conta. 

Uma hora pelo rio Araguari adentro, o potente motor de popa começou a falhar. José ficou à deriva por quase mais uma hora, até que alcançaram a margem, e um experiente ribeirinho “deu um quebra-galho no motor”, o que permitiu a chegada ao destino algumas horas além do combinado, “mas sem que um só mesário arredasse o pé”, relembra. 

Enquanto treinava os mesários e tirava todas as dúvidas sobre a operação da urna, os companheiros de viagem Paulo Cachoeira e Seu Itamar cuidavam de resolver o problema do motor.

“Quando demos fé, alertados pelo ronco da barriga, já eram duas da tarde. Tínhamos que voltar urgente, por causa da maré. Já prontos para retornar, um funcionário da escola corre rumo ao trapiche, nos chamando para almoçar. O diretor tinha feito um almoço caprichado”. 

Não dava pra fazer essa desfeita. A maré podia esperar. 

Uma câmera na mão, pés na lama e eleições na cabeça

Além da urna eletrônica e os dois amigos, José teve como companheira sua primeira câmera fotográfica digital, com 5.1 megapixels de resolução, para registrar os momentos da eleição.

“O problema era que a câmera tinha capacidade de armazenamento de míseros 32 MB, e utilizava um par de pilhas alcalinas que permitia, quando muito, dez disparos por carga”, conta. 

Mesmo assim as fotos foram feitas até a chegada ao destino final. 

“Descemos o Araguari e, quando entramos no pequeno braço de rio que nos levaria ao ponto onde a picape nos aguardava, tivemos que descer do casco pelo leito seco, para poder arrastar a embarcação até a margem. Tirei os sapatos, peguei a urna e desci pela lama, seguindo os passos do experiente Paulo Cachoeira”, lembra. 

José até queria fazer outro caminho, que lhe parecia mais fácil, mas foi severamente advertido por Cachoeira. “Só pise no mesmo lugar que eu pisei. Tá cheio de arraia enterrada na lama”.

O servidor lembra que ficou estático. “Ao ver meu pavor, o Paulo Cachoeira voltou e eu pensei: ele vai me ajudar com a urna... qual nada. Tirou a câmera do meu bolso e click! Registrou o momento em que, com a lama pelos joelhos, tremia de medo de ser ferroado por uma das gigantes arraias que infestavam o local”, conta. 

De toda forma, a foto inusitada ganhou um forte sentido motivacional para José, e acabou se tornando uma fonte de inspiração para ele ao longo da carreira, como servidor da Justiça Eleitoral. 

A lama da incerteza e o medo do desconhecido não mais assustariam José, seguido pelos passos da experiência e levando a salvo o maior símbolo da Justiça Eleitoral.

Este texto faz parte da série “Nós somos a Justiça Eleitoral”, que vai mostrar a todos os brasileiros quem são as pessoas que trabalham diariamente para oferecer o melhor serviço ao eleitor. A série será publicada durante todos os dias de fevereiro, mês em que se comemora o aniversário de 89 anos de criação da Justiça Eleitoral.

Fonte TSE

Fernanda Picanço
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